Innovation Eco-Village é projeto para fixar talento emprego em Braga
O candidato da coligação “Juntos por Braga”, Ricardo Rio, apontou que a estratégia de empreendedorismo, ciência e desenvolvimento tecnológico passa por fixar talento na cidade. Processo esse que requer, entre outros, criar um corredor entre a Universidade do Minho e o Laboratório Ibérico de Nanotecnologia, através do Innovation Eco-Village, um grande centro I&D ao serviço das empresas.
“Braga tem grandes recursos do ponto visto científico e empresarial. Com este centro vamos fixar talento científico, investigadores e captar investimento empresarial. Ao mesmo tempo procurar novas áreas de investimento, para lá do atual cluster existente das tecnologias da informação e da área da saúde. Temos que no futuro procurar outras áreas, já com capacidade consolidada no concelho e em que existem oportunidades de negócio interessantes para o futuro. Essa matriz passa pela nanotecnologia e a biotecnologia, uma área em que temos todas as condições para termos protagonismo acrescido face à realidade atual”, frisou Ricardo Rio.
Num almoço com vários empresários, empreendedores e investigadores, Ricardo Rio disse que é preciso continuar o apoio, através da InvestBraga e Startup Braga, na transferência de tecnologia para o tecido empresarial. “Essa dinâmica tem que ser mais aprofundada e é uma das prioridades para nós, para sustentar o crescimento da cidade nesta área ao longo dos últimos anos” destacou.
No almoço/conversa marcaram presença três convidados que fizeram a ponte de ideias para o futuro de Braga. O primeiro Presidente da InvestBraga e antigo Secretário de Estado da Inovação, Carlos Oliveira, a professora Lígia Rodrigues, do departamento de Engenharia Biológica da Universidade do Minho (UMinho) e Simão Soares, CEO da SilicoLife. Nesta sessão, Ricardo Rio lembrou ainda o papel relevante que o antigo Reitor da Universidade do Minho, António Guimarães Rodrigues teve na cidade, a propósito de ser pai de Lígia Rodrigues.
Lígia Rodrigues apontou o bom alinhamento nos últimos oitos anos entre a autarquia e as universidades da região, dando nota que a comunidade académica em Braga, a cultura de cidade jovem e com garra, e a capacidade da adaptação são factores de atração de pessoas. “Há um tecido empresarial que dá cartas e que faz toda a diferença. DST, Bosch ou Primavera são alguns exemplos, mas há outras, de base mais tradicional, que olham para academia como uma oportunidade de criar valor”, frisou, dando nota ainda de alguns caminhos a percorrer. “Para ter um bom ecossistema de inovação é preciso criar bem-estar. A perceção do mercado nem sempre corresponde aos conceitos desenvolvidos na universidade. Aqui acho que a autarquia podia criar mais oportunidades de networking. A inovação e empreendedorismo são um desporto de contacto”, frisou, destacando que “a partilha é algo que os portugueses não estão habituados”.
“Há pouca literacia na inovação e empreendedorismo. Temos que por toda a gente a trabalhar uns com os outros. Temos potencial para nos posicionarmos a nível europeu e mundial”, apontou.
Também Simão Soares sinalizou que Braga está a ocupar espaço na Inteligência Artificial, um caminho que considerou que Braga pode utilizar para se diferenciar. “Gerar valor e que parte desde logo com uma missão global. O mercado está em todo o lado e Braga tem desenvolvido muita coisa a partir de cá. Se repararem, são mais de mil doutorados e investigadores em Braga, somando centros de investigação e INL”, revelou, considerando toda a conjuntura de Braga com um potencial grande para captar ainda mais conhecimento e pessoas.
No entanto considerou que existem barreiras na relação ciência/empresas que urge ultrapassar. “A missão de investigação não cabe só à UMinho. É preciso dinamizar e estimular fora da universidade. Se criarmos uma indústria que consiga absorver os cientistas, sem dúvida que Braga vai dar mais um salto”, frisou.
Já Carlos Oliveira considerou que Braga tem que avançar para “uma atualização” e entrar no formato “2.5”. “O mundo mudou e muito rápido. A cidade também mudou, devido à estratégia criada pelo executivo de Ricardo Rio para Braga. Devido ao sucesso, passaram a existir outras necessidades. Captar e fixar talento é para mim um dos temas centrais dos próximos anos. Os portugueses que são formados aqui emigram virtualmente. As nossas empresas são competitivas, mas não conseguem pagar salários tão altos nesse mercado virtual”, sustentou Carlos Oliveira, que considerou o projeto da Innovation Eco-village estratégico. “Um campus aberto que liga as duas realidades, empresas que se vão instalar no sítio onde há formação, cientistas, investigação, e isso é uma grande vantagem. Ainda por cima no centro de uma cidade. São 80 mil a 100 mil metros quadrados de futuro, onde a partilha, no meio de uma cidade, com uma universidade, INL e o Innovation, é algo único. Se há projetos de regime este podia ser esse projeto”, vaticinou.